sábado, 28 de fevereiro de 2009

Somos felizes? Sim, às vezes

Não devíamos ter de pedir desculpa pela felicidade. Não devíamos ter de sentir que os momentos felizes não nos pertencem completamente. Como se ser feliz fosse um pecado pelo qual teremos sempre de pagar. E pagamos, em culpa e remorso. A felicidade não nos pertence. A felicidade é um tempo que roubamos à eternidade. Surge-nos sob formas imprevistas, momentos inesperados que queremos prolongar indefinidamente. Esconde-se nas imprecisões da vida quotidiana, alimenta-se de sentimentos imperfeitos. Não há como a guardar para sempre e, na maioria das vezes, quando damos por ela é tarde de mais.
Mesmo assim, somos felizes. Somos felizes mais vezes do que aquelas de que temos consciência.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O segredo



Como é que é? O segredo é ser capaz de visualizar aquilo que queremos que aconteça na nossa vida? Vou tentar. Fecho os olhos com força. Agora, quando virar a esquina da nossa rua, vais estar sentado no degrau de nossa casa. À minha espera. Abro os olhos, não estás. Afinal talvez não seja assim tão fácil. Tentarei outra vez. As vezes que forem necessárias. Um destes dias, vou chegar a casa e vais lá estar. A brincar com a cadela enquanto esperas por mim. Tenho a certeza. O segredo é acreditar que é possível, tanto tempo quanto for necessário. E um dia será real.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

MÃE

Algures no mundo o meu filho tem outra mãe. Não gosto de pensar nisso, mas ela existe. E um dia ele vai querer procurá-la. Vai querer respostas para perguntas que não saberei responder. E esse vai ser o grande teste ao nosso amor. Saberei deixá-lo ir sem dramas? Será o nosso amor suficiente para ele ir e voltar? Será o apelo do sangue mais forte do que quero acreditar? Na verdade, o que é que liga pais e filhos? O que é que faz com que, apesar das guerras e dos desentendimentos, a relação resista? A genética? O amor? Os anos que passamos a educá-los? Prefiro pensar que o sangue não é assim tão importante mas... Definitivamente não gosto da ideia de que existe outra "mãe" (biológica, ou outra coisa qualquer). Ele é meu. Eu sou a MÃE. Mas espero, quando o momento chegar, saber deixá-lo ir. Confiar nele, confiar em nós. Ele vai crescer e fazer a vida dele e o que eu quero mesmo é que ele volte sempre, porque eu sou a mãe dele mas sobretudo porque este é o seu porto seguro.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

«Sejam quais forem os resultados, com êxito ou não, o importante é que no final cada um possa dizer: ‘fiz o que pude’.»

Pasteur

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

I was made for loving you





Tonight I wanna give it all to you
In the darkness
There's so much I wanna do
And tonight I wanna lay it at your feet
'cause girl, I was made for you
And girl, you were made for me

I was made for lovin' you baby
You were made for lovin' me
And I can't get enough of you baby
Can you get enough of me

Tonight I wanna see it in your eyes
Feel the magic
There's something that drives me wild
And tonight we're gonna make it all come true
'cause girl, you were made for me
And girl I was made for you

I was made for lovin' you baby
You were made for lovin' me
And I can't get enough of you baby
Can you get enough of me

I was made for lovin' you baby
You were made for lovin' me
And I can give it all to you baby
Can you give it all to me

KISS

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Casamento? Porquê?

Três perguntas sobre o casamento:
1. O que é o casamento?
2. Por que é que as pessoas se casam?
3. Assinar um papel faz diferença na vida das pessoas?

Três possíveis respostas às perguntas anteriores:
1. O casamento é um contrato civil entre duas pessoas adultas e livres que decidem partilhar as suas vidas e constituir uma família.
2. As pessoas casam-se porque acreditam que vão ficar juntas e querem legitimar o amor que sentem.
3. Sim. Assinar o papel significa assumir perante a sociedade a decisão de serem um casal e tem uma carga simbólica e legal que faz com que a separação seja mais ponderada.

Sei que as respostas as estas perguntas não são consensuais. Mas foi nelas que pensei ontem durante o debate sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. E, olhando para as respostas, não há como ser contra. Assumo que já tive dúvidas, mas o respeito que me merecem a liberdade de cada um e o direito a amar, não me permitem ouvir certas afirmações sem me arrepiar. A sociedade mudou, as famílias mudaram, não há como voltar atrás. A questão no casamento não será tanto o sexo dos membros do casal, mas o seu grau de comprometimento ao projecto de vida comum, e nisso já vimos que os casais heterossexuais não se andam a sair lá muito bem. O direito ao casamento é legítimo, depois veremos se querem exercê-lo e como.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Parabéns, filhote!

O meu filho acordou de manhã, entrou no meu quarto e disse: "quem me vai dar os parabéns?", e fez aquele sorriso irresistível. O meu filho faz seis anos hoje. E, embora o pai esteja longe e eu vá passar toda a tarde enfiada em reuniões, o dia é de festa. Houve bolo na escola - o campo de futebol, com jogadores e tudo, que ele pediu - e vamos jantar fora. E depois, no fim-de-semana, vamos reunir a família e encher a casa. Porque fazer anos é importante e ele merece.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Se estás triste...

... fico triste também.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Só para esclarecer

Reportagem sobre adopção. Fico a ver. Presa por aquela sensação de que estão a falar de mim, de nós. Emociono-me um pouco. Irrito-me um pouco. É que há na forma como os jornalistas abordam o desajuste entre o perfil de criança desejado pelos adoptantes e as crianças em condições de serem adoptadas um tom que me cai mal. Não creio que seja propositado, mas aos meus ouvidos aquilo soa-me como "vocês não são pessoas suficentemente boas para quererem os outros meninos", sendo que "os outros meninos" são crianças com deficiência, doenças graves, de outra raça ou mais velhas. Obviamente compreendo que é necessário encontrar soluções para essas crianças e que a melhor solução seria a adopção. Obviamente também reconheço que essas crianças têm tanto direito a uma família como as outras. Mas a questão não é essa. A questão é que os pais que chegam à adopção pelo caminho que eu cheguei não estão a praticar um acto de caridade, já ultrapassaram o sonho da criança perfeitinha (que, presumo, seja no fundo o sonho de todos os pais) e estão dispostos a fazer um compromisso com a vida, mas é preciso medir o tamanho desse compromisso. À partida, os nossos filhos já passaram por experiências (mais ou menos) traumatizantes. À partida, já sabemos que os nossos filhos nos vão colocar perante situações que os outros pais (os "pais biológicos", expressão que detesto) não terão de enfrentar. Preparamo-nos para lidar com isso e rezamos para sermos capazes. Mas na verdade não sabemos. Não sabemos como vai ser e temos medo. Creio que é legítimo termos medo, porque mesmo quando as coisas correm bem é complicado. Imaginem-se de repente com uma criança de três anos nos braços, que não conhecem e que não vos conhece, a tentar estabelecer uma relação e a educar, equilibrando o afecto e a disciplina, e, simultaneamente, gerindo uma torrente de emoções (que vão do puro pânico à mais extraordinária felicidade). Não é fácil. É um enorme desafio e não é para todos. Cada um tem de saber o que aguenta. E, sinceramente, por muito boas intenções que tenhamos, por muito desejemos aquela criança, há coisas que só descobrimos depois. À medida que os dias passam e nos apaixonamos a sério por aquela criança, e não pela imagem do filho que sonhámos ter. Por isso, não, não somos más pessoas só porque não queremos os "outros meninos". Somos pais à procura de um filho, por caminhos mais difíceis do que a maioria dos pais, e creio que já provamos o suficiente quando não desistimos a meio do caminho.

[Já agora, o caminho vale mesmo a pena. Até chegar ao filho, e sobretudo depois de o encontrar.]

domingo, 1 de fevereiro de 2009

As primas

Avi, Zoe e Bea. 5 anos, 4 anos, 18 meses, respectivamente. Loirinhas e magricelas. Falando um português com sotaque. São as primas do meu filho. Até hoje nunca se tinham visto e, no entanto, brincaram animadamente. São fantásticas as crianças. No regresso a casa, o Alex disse "tenho saudades das minhas primas, quando é que as vamos ver outra vez?". Não sei, em breve. Ou então, só daqui por muito tempo, porque elas moram do outro lado do Atlântico e estão aqui de passagem. Além do mar, separam-nos todo um estilo de vida diferente, opções diferentes, educações diferentes. Seja lá como for, são as primas. É bom ter uma família grande.

Desafio

Tenho sempre algumas dúvidas sobre o que fazer com estes desafios, por isso não vou cumprir as regras e não vou desafiar ninguém. Mas aqui estão seis coisas sobre mim:

1. Em casa dos meus pais não havia chaves para trancar as portas, por isso acabei de ler muitos livros na casa-de-banho (que era a única com tranca) para poder chorar à vontade.
2. Brinquei com bonecas até aos 13 ou 14 anos.
3. A primeira prenda que dei ao meu marido foi um livro do Garfield.
4. Tenho uma enorme colecção de colares (que por acaso agora nem uso).
5. Gosto de beber chá ao fim da tarde com as minhas amigas.
6. Costumo dançar sozinha na minha sala com a música muito alta.

Obrigada, Rita