domingo, 20 de janeiro de 2013

Da organização I

No meu esforço para ser mais organizada, faço agora uma ementa semanal. Assim, no sábado (ou na sexta, como foi o caso) sento-me com os livros de receitas e decido o que será o jantar em cada um dos dias da semana. Simultaneamente, faço uma lista de compras com os ingredientes necessários para levar a cabo essas refeições. Esta é a terceira semana em que tento utilizar este "instrumento de organização doméstica", mas ainda não sei se é verdadeiramente útil. Na primeira semana correu bem, embora não tenha feito sempre o que estava na ementa; na segunda foi impossível pensar com antecedência e por isso voltámos ao improviso, vamos ver como corre esta semana (para já o jantar de hoje passou para amanhã). Confesso que tenho sentimentos divididos relativamente a isto de programar as refeições todas para a semana. Por um lado, isto de dar volta aos livros e pensar com tempo permite-me fazer receitas diferentes (à hora falta sempre algum ingrediente) e vai ser giro ver mais tarde quais as comidas cá de casa; por outro lado, retira espontaneidade ao ato de cozinhar (o que em dias de semana em que chegamos tarde e cansados também não faz diferença nenhuma). Como isto é um "work in progress", talvez se possa decidir que as refeições do fim de semana não serão programadas, de modo a termos mais liberdade, e acrescentar algumas anotações sobre quais as refeições com maior sucesso ou o que deverei corrigir da próxima vez que as fizer. Para já vou tentar tornar a elaboração da ementa uma atividade familiar em que as crianças também participem. Numa família onde a comida é tão importante talvez resulte bem.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Ainda agora começou o ano e já se foram as resoluções de ano novo

"Tudo o que faço ou medito
fica sempre na metade
querendo, quero o infinito
fazendo, nada é verdade."
                  Fernando Pessoa

Há muitos anos atrás, a minha professora de Português do 9º ano escreveu estes versos num daqueles caderninhos de autógrafos (lembram-se?) que se usavam naquela época. Sempre achei que eram de facto muito adequados e tenho passado grande parte da minha vida a tentar contrariar esta tendência para começar as coisas com muito entusiasmo e determinação e depois, "somewhere along the way", me perder.
Para quem, como eu, gosta de começar de novo, não há melhor que o Ano Novo. Grandes resoluções e uma renovada esperança de que este seja o ano em que vou ser mais organizada e gerir melhor o tempo, deitar-me mais cedo, ter mais tempo para ler, fazer mais exercício físico, não gritar com os miúdos (os cá de casa e os outros)... enfim, todas as coisas que gostava efetivamente de ser capaz de fazer. Mas não sou.
Ainda agora o ano começou e já não estou a cumprir aquilo a que me propus. Mesmo assim, continuo a esforçar-me. Pode ser que este seja o ano em que tudo muda.