sexta-feira, 17 de abril de 2009

À la recherche du monde (ou uma criança no estrangeiro)


Eu e o meu filho fomos visitar o pai nas férias e aproveitámos para passear um pouco. Apesar de conhecer a resistência do meu filho, não consegui evitar espantar-me com a forma como aguentou as viagens e os dias de passeio intenso. Obviamente chegava à cama e adormecia de imediato, mas durante o dia era vê-lo correr à nossa frente, perguntar tudo, querer ver tudo e, claro, querer comer tudo, especialmente se fosse doce. Confesso que houve momentos em que pensei que teria sido mais fácil não o levar, porque é cansativo viajar com crianças e porque obriga a algumas adaptações no passeio (sobretudo para nós, que gostamos de andar a pé). No entanto, parece-me que a experiência que lhe proporcionámos e o modo como ele reagiu a tudo justificam plenamente que continuemos a levá-lo connosco. Desde o museu dos dinossauros, ao jogo de memória com os quadros de Van Gogh e à aventura da mudança de barco nos canais de Amesterdão, passando pelo "chocolat chaud", pela fruta dos mercados de Bruxelas e pelas mudanças de meio de transporte (autocarro, metro, comboio, eléctrico, avião), tudo foi uma novidade. Já para não falar na experiência de estarmos noutro país, com uma língua diferente (Pai, como é que pergunto àqueles meninos se posso jogar futebol com eles?) e muitas culturas diferentes (Mãe, por que é que aquelas senhoras têm um lenço na cabeça?). E, no fim, quando lhe perguntámos do que é que tinha gostado mais: a casa da menina que esteve escondida dos maus atrás duma estante e que depois foi descoberta e morreu, ou seja, a Anne Frank.
Não sei o que é que ele vai recordar da viagem daqui por uns tempos, mas certamente saberá que há um mundo grande e diferente lá fora, para lá das fronteiras da nossa vida quotidiana. E acredito que isso contribuirá para fazer dele melhor pessoa. Por isso, continuaremos a levá-lo.

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