quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Madrinhas

Toda a vida lhe chamei madrinha e não percebia por que é que as outras pessoas achavam isso estranho. Não sou baptizada e os meus pais nem sequer casaram pela igreja, mas tanto eu como a minha irmã tivemos madrinhas. Eram amigas da minha mãe a quem víamos pouco, mas que nunca se esqueciam de nos mandar prendas no Natal. Quando casei (pelo civil), convidei a minha madrinha para ser novamente minha madrinha, e lá foi ela assinar no lugar reservado às testemunhas, que é onde assinam as madrinhas de quem não casa pela igreja. E, assim, renovámos a nossa relação.
Por isso, pareceu-me natural quando uma das minhas amigas me convidou para ser madrinha da sua primeira filha, embora não pensasse baptizar a criança. Foi assim que me tornei madrinha da Mariana, a primeira gravidez que acompanhei de perto, a primeira bebé que peguei recém-nascida. Por isso também, pareceu-me natural escolher uma madrinha para o meu filho, ainda que não esteja a pensar baptizá-lo.
Gostava de ter um papel importante na vida da minha afilhada. Gostava que a madrinha do meu filho nunca deixasse de fazer parte da vida dele. Convidar alguém para madrinha é uma forma de distinção, ser madrinha é um motivo de orgulho. E isso são coisas que vale a pena preservar.

2 comentários:

Rita Silva Avelar disse...

Concordo em absoluto. Acho até, que ser madrinha é um privilégio. Por exemplo, a minha madrinha é uma das colegas de faculdade da minha mãe, e não a vejo há anos. Cerca de 8. Na verdade, gostaria de poder dizer, "amanhã, vou passear com a minha madrinha" ou "vou ao cinema, ou ao café com a minha madrinha", ou seja gostaria de tê-la presente. Por isso, acho importantíssimo que as madrinhas sejam atenciosas, e principalmente que estejam sempre presentes. E não é preciso obrigatoriamente que os nossos afilhados/as estejam baptizados, porque isso (a mim parece-me óbvio) é o menos importante. O que interessa são os sentimentos, a dedicação, o amor.

hug

Unknown disse...

Depois de ter lido o que escreveste não podia ficar indiferente a fazer um comentário. Sou praticante da religião católica mas consigo perceber os dois lados. Posso dizer que tenho duas madrinhas e dois padrinhos. Tenho os meus padrinhos de baptismo que são umas pessoas extremamente queridas para mim. Têm um filho, que foi criado comigo na casa da minha avó e do qual tenho uma diferença de idade mínima. É um grande amigo e embora não sejamos irmãos até dizem que somos muito parecidos. Depois, tenho a minha madrinha de crisma, que é a minha prima do Algarve que é uma pessoa altamente bem disposta. E ainda tenho o meu padrinho de curso... que foi um dos grandes amores da minha vida...
Como vêm ter madrinhas e padrinhos mesmo que seja pela religião em si também não é nada mau. E por afinidade também consigo perceber muito bem esse lado. Portanto o que conta realmente são os sentimentos que guardamos pelas pessoas, a dedicação e o amor.

Um xi-coração!