quinta-feira, 28 de junho de 2012

Abraço

Não me assusta o que tu és, assusta-me não saber ainda bem o que és. Assusta-me não ter tempo para o descobrir. Tenho andado a correr contra o tempo para te dizer as coisas que não quero mesmo que vás embora sem saber. E se não voltas? Bem, se não voltares pelo menos fiz o que pude. Talvez não seja suficiente, talvez tenha sido tarde demais, mas não posso voltar atrás e fazer diferente por isso... Sei que és diferente da maioria das pessoas, e tenho a certeza que isso não tornará a tua vida mais fácil. Pensar muito, sentir muito, não esquecer, tudo isso complica o dia-a-dia. E tu és frágil, resistes ao medo, mas és frágil. E eu não posso proteger-te. Queria muito proteger-te, dar-te um lugar seguro para voltares, mas não vou conseguir (deixar-me-ias fazê-lo?). Por isso, abraço-te e guardo as palavras que não saberia dizer-te sem chorar. E rezo para que voltes, já que não posso pedir-to. Eu, que estou habituada a despedidas, a deixar ir, a ter saudades e a saber que há promessas que não vai ser possível cumprir, lamento mesmo que tenha de ser assim. Talvez haja um tempo e um lugar... Seja o que for que decidas, entenderei. Fica com um abraço que não passe.