O primeiro instinto do amor é prender (literal e metaforicamente) aqueles de quem gostamos. Guardá-los só para nós, fechá-los naquela bolha que nos isola do mundo, prolongar indefinidamente aquele sentimento de exclusividade e felicidade que nos liga e não deixar mais ninguém aproximar-se. Se pudéssemos, era isto que faríamos. Não o fazemos porque sabemos que, se o fizéssemos, o preço seria (a mais ou menos longo prazo) o próprio amor. Os laços suaves do amor tornar-se-iam grilhetas insuportáveis e em vez da felicidade da escolha de estarmos juntos teríamos o peso da obrigação.
Aprendemos com o tempo que "gostar é a melhor forma de ter" e, por isso, aqueles de quem gostamos são "nossos" independentemente do lugar onde estiverem e das pessoas que fizerem parte das suas vidas. Aprendemos com o tempo que não há forma de "prender" as pessoas para sempre, a não ser deixá-las livres para partirem e voltarem quando quiserem. Aprendemos com o tempo que a verdadeira vocação do amor é libertar.
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