"Se arranjasse outra coisa para fazer, ia-me embora."
"Quem me dera não estar aqui!"
"Estou tão cansada! Sinto-me como se as aulas já tivessem começado há seis meses (e afinal ainda só há dois)."
"Se me saísse o Euromilhões, nunca mais aqui punha os pés."
"Não sei se aguento isto até ao fim do ano."
"Objectivos?! O meu objectivo é manter a sanidade mental no meio de tantos papéis para preencher."
... etc, etc...
É possível que nem todos, confrontados com a hipótese de abandonarem o ensino, fossem de facto embora. No entanto, neste momento seriam mais do que antes. Isto faz pensar. Os professores não são máquinas e ressentem-se da pressão a que estão a ser sujeitos. Tenho de confessar que a estratégia é bem pensada: quebrar psicologicamente os professores e pô-los uns contra os outros, ou seja, dividir para reinar. Maquiavélico, mas potencialmente eficaz. Assim somos mais fáceis de manipular. Independentemente das convicções políticas, das opiniões sobre a qualidade do ensino e sobre a forma de o melhorar, uma coisa é certa: se destruirmos (literal e metaforicamente) os professores, nada poderá ser feito no ensino que o torne realmente melhor.
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