domingo, 16 de novembro de 2008

Me Kala, You Tarzan



Ontem, eu e o meu filho estivemos a ver o Tarzan. Não me lembro de alguma vez ter visto o Tarzan antes, e definitivamente nunca nesta versão da Disney, por isso até não foi um esforço sentar-me com ele para ver o filme (sim, porque às vezes há desenhos animados que só mesmo por amor aos filhos é que conseguimos suportar). A verdade é que me comovi desde o início com a forma como a gorila Kala encontra o pequeno Tarzan e sente o apelo do instinto maternal, e depois me deixei envolver pelo filme. Não é fácil resistir à magia destas histórias para crianças, principalmente pela universalidade dos sentimentos e dos valores em jogo, mas neste caso era mais do que isso. A Kala e o Tarzan somos nós, eu e o meu filho, e ali, sentados no sofá, lado a lado, ambos o sabíamos. Por isso não foi uma surpresa quando, na cena em que Kala leva Tarzan à casa onde o encontrou, o meu filho se virou para mim e me disse: "Tu és a Kala, mamã". Não pude conter as lágrimas, incerta entre a alegria e a tristeza dele compreender o que somos. No final do filme, o meu filho afirmou chorando que estes filmes não são para meninos tão pequeninos porque são muito tristes. "Nem para adultos", pensei eu, abraçando-o para o consolar e esperando ser consolada. E foi assim que aprendemos um pouco mais sobre nós.

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